domingo, 6 de fevereiro de 2011

Lesma em forma

Burocracia, direcções erradas, para aqui, para ali, para acolá, tamanha confusão só para obter um atestado médico. Isto porque, as tentações, culinárias, em Itália, são muitas e não há quem resista. É que são "pasticiotti" ( o bolo tradicional aqui em Lecce), os belos dos cornetto (não, não são os gelados da olá, mas sim uns belos croissant) de Nutella - aqui a Nutella é rainha-, de "crema", já para não falar das belas das "pasta" e do que ainda está para vir, os belos dos "gelati". Por isso, há que queimar hoje, para acrescentar amanhã.
Arranjar um atestado médico revelou-se uma autêntica aventura. Primeira paragem, Hospital de Lecce (pensei que seria o único, enganei-me), após uma interminável viagem de autocarro (50 min). Pergunto-me porque é que os autocarros que vão para os hospitais, são sempre aqueles que mais voltas dão pelo centro da cidade?! Claro está, hospital errado. Após uma demorada "conversa" com estudantes e enfermeiras da ala universitária do hospital, encaminharam-nos (a mim e à Sara) para outro hospital, desta feita, o Hospital velho. Esse ficou apenas para o dia seguinte. A aventura começou bem cedo no dia seguinte, pelas 9 da manhã já andavamos a palmilhar as ruas de Lecce em busca do dito hospital. Claro está, ainda não era bem ali que nos podiam ajudar. Para termos um atestado, aparentemente teríamos de arranjar um médico de família, pelo que mais uma vez nos tivemos de deslocar para outro edifício. Novo local, imensa gente à nossa frente na fila. Com o poder que nos é concedido por sermos estudantes Erasmus, lá conseguimos passar à frente e que nos fosse explicado que afinal, bastava o cartão europeu de saúde para arranjarmos um médico. Ora bem, mas onde raio fica o centro de saúde? Não existe. Aqui o sistema é diferente, existe uma lista de médicos que dão consultas num consultório próprio, e estes estão espalhados pelas várias ruas da cidade. Escolhemos os médicos das ruas que conhecemos e lá partimos novamente à aventura. Ou não nos abriram a porta, ou só davam consultas de tarde, ou não faziam atestados médicos (mas que raio!), enfim, não foi tarefa fácil, mas após duas horas e meia de "passeio" por Lecce, encontramos um médico.
O mínimo que se pode esperar quando pedimos um atestado é que nos meçam a tensão, nos auscultem, coisas básicas. Errado! Tanto trabalho, para o médico apenas perguntar: "Tem alguma doença, já praticou algum desporto?" E pronto, dê cá os 20 euros (já com desconto), e leve lá o papel.

Temos muito a mania de dizer que em Portugal somos muito complicados, sempre com vários problemas burocráticos. Não fica longe da verdade o nosso pensamento, mas a verdade é que em Portugal, para a simples ginástica que vou fazer e para aprender a dança típica, Pizzica, bastaria assinar um termo de responsabilidade. Isto de ir para fora, faz-nos pensar nas coisas boas do país onde nascemos.

A vossa lesma

1 comentário:

  1. É sempre assim! Damos mais valor às nossas coisas quando passamos por momentos menos bons..ou apenas chatos noutros países!

    O que interessa é que o conseguiste e vais poder queimar calorias para mais tarde poderes comer todos os gelati, cornetto, crema, etc que queiras =)

    Espero que esteja tudo bem! bjs feia!

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